quarta-feira, 26 de junho de 2013

Primeiras impressões

Na terça-feira (19) finalmente botei os pés em solo goiano, desci em Brasília e fui recepcionada por uma família de amigos que conheci em Floripa. Dei algumas voltas pela cidade e então a ficha começou a cair de quão longe eu estava de casa. Brasília é bem diferente do que imaginei, uma cidade suja e nem tão moderna pra uma capital de país, e é nessas que a gente vê como a diferença do sul e sudeste pro resto do país é gritante, mesmo o sul tendo vários problemas, ainda assim é bem mais desenvolvido. Na noite seguinte eu iria pegar o ônibus rumo à Alto Paraíso, mas acabei perdendo o horário e tive que esperar mais duas horas.
Depois de umas três horas o ônibus parou na pequena rodoviária de Alto Paraíso, olhava em volta, ninguém, mas já dava para sentir que aqui os ares são outros. Liguei para Andrea, uma amiga/mãe que me ofereceu abrigo para essa viagem se realizar. Enquanto a esperava resolvi estrear o skate aqui, mas não foi uma boa ideia, mais pra frente no asfalto tinha uma pedaço coberto de areia, me ralei em um tombinho de nada, foi assim que descobri como aqui é fácil de se machucar, tem a ver com a pressão do ar pois Alto Paraíso fica a 1.200 metros acima do mar, ou a secura, talvez essa facilidade tenha a ver com isso, é a explicação mais plausível para os acidentes que tem acontecido comigo aqui hahaha. Cheguei aonde, pelo menos por agora, vai ser minha casa.  Matei a saudade de duas criaturinhas que já via há muito, Laila e Isabella, 5 e 11 anos respectivamente, filhas de Andrea. Ao mesmo tempo que foi difícil dizer adeus as pessoas em Floripa, é muito bom poder rever as pessoas que vieram pra cá. Como cheguei de madrugada não pude ver a paisagem que havia em frente à rua da casa, quando acordei foi a primeira coisa que fiz e fiquei estonteada com a beleza da natureza aqui e estou até agora com tudo que tenho visto e sentido. Não sei se é impressão minha, mas aqui o céu parece mais nítido, as cores mais definidas, o céu mais azul, o pôr-do-sol então nem se fala, você não sabe para onde olhar tamanha a variedade de cores.
Todo sábado de manhã aqui rola a Feira do Produtor, onde se reúne bastante gente da cidade, Andrea já tinha me dito que aqui há muitas pessoas com um estilo mais alternativo, pude constatar isso na feira: dreads, saias, pulseiras, barbas, instrumentos rústicos, malabares, um ar bem hippie realmente. Porém a cidade é bem dividida entre os nativos e os alternativos, hahaha.
Tem acontecido muitas coisas, e aos poucos vou colocando sobre elas, abaixo vou pôr algumas fotos dos momentos por aqui:


Visão cotidiana.

Cavalcante, 90Km de Alto Paraíso.

Apresentação na Feira do Produtor.



Sábado houve uma Conferência Regional do meio ambiente do Nordeste de Goiás. para decidir propostas para serem avaliadas e quem sabe aprovadas, mas segundo algumas pessoas que conversei, que já participam há alguns anos, essas reuniões não tem levado a nenhuma solução, repetindo os debates que já foram discutidas no ano passado, no começo houve uma certa resistência das pessoas de discutirem novamente sobre os resíduos sólidos, então dois grupos foram designados, um para resíduos sólidos, que seria lixo, e outro para discussões mais amplas sobre vários assuntos também importantes que precisam ser tratados.









Aqui também estão sendo organizadas manifestações contra tudo que está errado nesse país, claro, em bem menor proporção, mas com o mesmo sentimento de indignação.




Então, domingo resolvi andar de skate de novo e dei um beijo no asfalto. Sim, foi erro meu querer me meter a andar sem nem conhecer as ruas direito, mas agora eu sei o que um skate em alta velocidade e uma lombada podem fazer hahaha. Levei dois pontos próximos à sobrancelha, uma torção no braço e alguns ralados, meu apelido agora é mulher parmesão, haha, mas podia ter sido bem pior, estou bem graças a Deus, agora é ficar um pouco mais de molho até cicatrizar.

Enfim, estou aqui há menos de uma semana e já estou aprendendo bastante coisa, vamos vendo no que vai dar.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

       Aqui fecho um ciclo e inicio outro. As malas estão prontas, o quarto está quase vazio e as lágrimas já começaram a cair não é de hoje. Não pensei que seria tão difícil dar adeus, evitava ao máximo pensar nisso, mas agora é impossível, sinto tudo que fui acostumada a vida inteira me escapar pelos dedos: lugares, momentos, pessoas, rotina. Ontem, lá naquela cachoeira, meus olhos dilatados registraram cada detalhe possível tentando viver intensamente no aqui e agora, mas a ficha caiu e o vazio no peito veio e se instalou, o silêncio gritou mais alto e tudo agora cheira a nostalgia, cada lugarzinho me traz muitas lembranças. Será que é isso mesmo? É o que me pergunto, porém é normal esse medo do desconhecido, pois quando fecho os olhos e respiro fundo, minha voz interna me tranquiliza e me faz sentir que sim, isso é o certo.
      Amanhã estarei lá curtindo tudo como se fosse uma criança descobrindo o mundo, e é assim que quero me sentir, vivendo a novidade e atraindo a energia daquele lugar abençoado e lindo! Aqui nasce uma nova pessoa com novas preocupações, serei lapidada pelas experiências, boas ou ruins. Contudo no presente momento o que sinto é angústia de cortar minhas raízes para poder voar. Enfim, Floripa minha, te deixo aqui com o coração na mão sabendo que estão te destruindo, mas a tua essência mística não há ser humano que consiga tirar, e rumo aos mais alto dos paraísos!